quarta-feira, 18 de setembro de 2013

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QUE HISTÓRIA É ESSA?

(Para Amiltinho)


Reunimos um seleto grupo de amigos, pessoas com os mesmos interesses, mesmas manias, que pensam politicamente do mesmo jeito e tem os mesmos gostos e opiniões. Nessa reunião com os amigos, conversa vai, conversa vem, alguém perguntou: que história é essa?
Antonio Risério escreveu: “Bobagem. Nenhum capitalismo é selvagem //... Nem a vida, feroz./ O homem é o homem do homem./ Todos juntos a uma só voz... “
As histórias são a alma das lembranças de que todos conversam e sonham. Acreditam que podem salvar o mundo com o incrível poder de mascarar as diferentes situações. Mas, há os que gostam de fingir que são mágicos e, às vezes, acreditam ter o poder de pensar e compreender ou criticar qualquer situação. Virtudes como tolerância, respeito e curiosidade intelectual não são mais discutidas, mas vivenciadas.
Mia Couto escreveu: “viver é cumprir sonhos, esperar notícias.”
A grande liberdade entre os amigos é poder fazer com que a moral se transforme em ficção. Ou seja, aos amigos é permitido, por exemplo, comunicar que compraram os mesmos livros e que estão abertos a novas idéias, e a um sorriso encantador. É fascinante como, com perfeito domínio e curiosidade, vem a pergunta: que história é essa?
No meio do encontro, um relata a ocorrência “deixando as palavras caírem no chão”. Com idade avançada e talento, conta a melhor fofoca, “ferindo-se de palavras”.
Eles são responsáveis por um estilo de vida, com surpresas impostas pelas suas forças. E, através de atitudes e pensamentos, expressam um gênero pessoal que transpõe o destino. Vão além e até falam dos problemas dos outros, restando apenas a pergunta: que história é essa?
Mário Quintana escreveu: “O tempo não pode viver sem nós, para // não para.”
A cumplicidade entre eles é a grande manifestação e, em geral, cada um tenta comprovar quem é tendo por cúmplice o tempo que constrói a intimidade e revela as afinidades e a confiança entre eles. Quando se encontram, nunca falta assunto, conseguem conversar, cantarolar, criticar, conversar sobre tudo, isto é, mantêm interesse nas histórias dos companheiros. Esse é o momento em que as máscaras são deixadas de lado, sobrando as pessoas de coração aberto, uma admirando a outra.
Nessa reunião entre amigos, a possibilidade de trocarem confidências entre si é o que facilita a pergunta: que história é essa?
Mia Couto escreveu: “Não é segurando nas asas que se ajuda um pássaro.”
A amizade é o maior teste de alma e fazer parte da memória do outro é a maneira de sabermos que as pessoas entram na nossa vida e a história se faz mutuamente.

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