- E depois que ele descobriu a miséria e o sofrimento fora do palácio,
o que aconteceu com o príncipe indiano, papai?- Ah, ele reuniu a família e comunicou que iria embora, buscar as
respostas para a Vida. E foi o que fez, abandonou a riqueza e as mordomias e
partiu.- Que coragem, papai! E ele descobriu as respostas? Voltou para o
palácio, depois?-
Sim, depois que ele foi viver com os menos favorecidos, e dependia da caridade
das pessoas... E ele nunca mais voltou para o palácio... Durante anos, ele levou uma vida de uma
disciplina rigorosa! Ele foi assim,
radical, por um bom tempo, porque acreditava que o caminho da iluminação
estava no desapego total dos “desejos mundanos”, como se diz. .Acreditava que esses desejos mundanos seriam
a causa dos sofrimentos da vida...
- E não são?, perguntou Jamal, espantado.- São, mas sem exageros... Com o tempo ele viu que todos
esses sacrifícios não traziam as respostas. Aí ele começou a meditar, até que
alcançou à iluminação, tornando-se o primeiro Buda.- Pôxa, que história linda! Mas, como era o nome desse
príncipe indiano?- O nome dele é Siddharta Gautama, ou Sakyamuni, assim chamado por ser
do “clã dos Sakya”. Foi ele que descobriu que a iluminação está no caminho do
meio, equilibrando o mundo das coisas terrenas com o mundo espiritual...- Mas e depois que o Siddartha morreu, o que aconteceu?- Boa pergunta, meu filho! Antes de morrer, Siddharta Gautama, já
tinha conquistado muitos seguidores. Por todos os lugares onde passava, atraía
multidões, pela sua serenidade e bons conselhos, sempre baseados no Humanismo e
na conciliação. Ele defende que todos nós somos budas e temos a iluminação
dentro de nós, mas é preciso sintonizar com as boas energias do Universo... Foi
o primeiro Buda, o criador do Budismo...- Mas, se ele nasceu na India, como o Budismo se espalhou?- Porque os seus discípulos começaram a difundir a nova doutrina, que
se espalharam por toda a Ásia. Assim começaram a aparecer diversas linhas do
Budismo, como o tibetano, nepalês, japonês...- E no Brasil, como é que o Budismo chegou?- Chegou pelos imigrantes japoneses e seus descendentes, em São Paulo,
em 1960. Mas isso já é uma outra história, que vou contar em um outro dia!
Agora está na hora de dormir. Você acorda cedo para a aula e eu, para
trabalhar.Jamal concorda, se despede com um “boa noite” sonolento e vai dormir.
Naquela noite, durante o sono, ele viu um homem magro, olhar profundo, de
infinita bondade, sentado debaixo de uma árvore e cercado de dezenas de
pessoas. Ao se aproximar, recebe um sorriso benevolente do homem, que se
prepara aos questionamentos do povo.- É o Sakyamuni! Silêncio, ele vai falar! Silêncio!E ele falou. Ao terminar o encontro e se retirar, deixou um rastro de
luz.- Acorda, Jamal! Assim você vai se atrasar para a prova da escola!- Ah, era um sonho! Um lindo sonho...
Integra a obra "Encontro com a Paz e outros contos budistas", Pillon, Sônia, ISSBN: 978-85-8108-513-5, Giostri Editora, São Paulo, julho de 2014.
Integra a obra "Encontro com a Paz e outros contos budistas", Pillon, Sônia, ISSBN: 978-85-8108-513-5, Giostri Editora, São Paulo, julho de 2014.
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