quinta-feira, 5 de abril de 2018

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Pequenas histórias 276

A palavra estampa

 

A palavra estampa nos muros a cara da cidade


Palavra pichada nos dizeres incongruentes de sinais

A palavra reduz todo e qualquer sentimento a nada

Lanceta o sangue de suas letras manchando a parede

Altera a paisagem disforme no sentido de porrada

Vela peles nuas nos escombros dos gritos e punhais

Redistribui o disforme em forma escalada

A palavra delira devaneios nos bares e esquinas


Exorciza egos luzidios em brancos e podres umbigos

Sangra o momento em doses suaves e pequenas

Traduz paixões iludidas nos abraços amigos

A palavra se infiltra e constrói devassos sentidos

Materializa isto e aquilo num plasmar perdido

Planeja o caminho nos bares excêntricos e vadios

Alterando as porções do sexo nas peles assassinas


A palavra estampa a faca assassina

Livra os fracos solitários

De sua sina Severina


pastorelli

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