Despreocupado, calça para baixo da cintura mostrando a cueca Calvin Klein, camisa meio aberta onde sobressaltava a pele musculosa de academia, ao cruzar pela moça, ele a ouviu dizer:
- A braguilha está aberta.
Ela passou e disse:
- A braguilha está aberta.
Pouco se importando com o que poderia suceder
com o rapaz e, tão pouco olhou para traz para constatar se ele tinha ouvido ou
não. Passou sorrindo ao pensar no embaraço do rapaz que, todo portentoso,
achando-se o máximo, estava com a braguilha aberta quase mostrando o que não
deveria mostrar em público.
De repente, a cena a sua frente muda completamente.
Vê andando pela calçada, uma menina alegre na infância onde não tinha espaço
para o futuro. Andava rente a parede talvez imaginando algo que a entretinha
naquele momento. Nisso em sentido contrário surgiu dois rapazes falando alto.
Ao chegar perto dela um deles disse:
- Olhe aqui menina o que você acha, e, ao
mesmo tempo abriu a braguilha e mostrou para ela.
Nos seus doze anos não sabia o que era
aquilo. Um troço mole, com alguns pelos saindo da calça, deixou-a assustada.
- Venha aqui, pega nele, veja como é gostoso,
não tenha medo, disse o rapaz.
Ela curiosa, com um pouco de medo, esticou a
mão e tocou sentindo um estremecimento que a fez retroceder.
- Que isso, vai, não tenha medo, pegue.
Novamente esticou a mão, sentiu novamente o
estremecimento, mas deixou a mão, percebeu certa quentura, seus dedos pequenos
mal conseguiam envolver toda aquela coisa que aos poucos foi crescendo até
ficar enorme.
- Põem a boca, pediu o rapaz.
Com medo saiu correndo sem olhar para traz.
Chegou a casa ofegante. Correu a procura da
mãe. Encontrou-a no quintal lavando a roupa.
- Oi, o que foi? Parece assustada. Aconteceu
alguma coisa?
Então, ela contou para a mãe. A mãe arregalou
os olhos e gritando que a filha estava possuída pelo demônio, pegou a cinta, e
aplicou várias chibatadas na pequena que nem sabia e nem entendia do porque
apanhava. Não se contentando, trancou-a no quarto dizendo que a filha era uma
perdida. E com olhar seco, sem chorar, na imensidão do quarto ficou até que a
noite o pai chegou. Sem dizer uma palavra, abriu a porta, puxou a filha para
fora, pegou o chinelo e lhe aplicou várias chineladas. A pobre da menina
chorava sem soluçar, chorava não porque lhe doíam as chineladas, mas chorava
porque não estava entendendo ser castigada desse jeito.
No dia seguinte, sem conversarem, os pais a levaram para a escola das freiras.
Com passos miúdos, espantou-se com as paredes enormes e sombrias, tanto da
escola, corredores e quarto. Nem bem pisou nos ladrilhos pretos da entrada, foi
segurada pelas mãos fortes da madre superiora até o seu quarto.
Raras vezes recebia a visita dos pais, isso
quando não conseguiam se safar da obrigação. Calados eles chegavam e mudos
saiam, sem ao menos lhe dar um abraço. Dez anos depois, deixava a escola ainda
sem entender o do porque a colocaram no colégio das freiras.
Tudo isso passou em sua mente ao cruzar com o rapaz com a braguilha aberta.
Olhou para traz. Lá estava ele olhando para ela. Ela voltou, chegou perto do
rapaz deu-lhe um beijo na boca e introduziu a mão na braguilha ainda aberta.
Dois meses depois estavam casados e viveram
felizes para sempre.
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