segunda-feira, 14 de agosto de 2023

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42. Uma linda história de amor.

Despreocupado, calça para baixo da cintura mostrando a cueca Calvin Klein, camisa meio aberta onde sobressaltava a pele musculosa de academia, ao cruzar pela moça, ele a ouviu dizer:

- A braguilha está aberta.

Ela passou e disse:

- A braguilha está aberta.

Pouco se importando com o que poderia suceder com o rapaz e, tão pouco olhou para traz para constatar se ele tinha ouvido ou não. Passou sorrindo ao pensar no embaraço do rapaz que, todo portentoso, achando-se o máximo, estava com a braguilha aberta quase mostrando o que não deveria mostrar em público.
De repente, a cena a sua frente muda completamente.
Vê andando pela calçada, uma menina alegre na infância onde não tinha espaço para o futuro. Andava rente a parede talvez imaginando algo que a entretinha naquele momento. Nisso em sentido contrário surgiu dois rapazes falando alto. Ao chegar perto dela um deles disse:

- Olhe aqui menina o que você acha, e, ao mesmo tempo abriu a braguilha e mostrou para ela.

Nos seus doze anos não sabia o que era aquilo. Um troço mole, com alguns pelos saindo da calça, deixou-a assustada.

- Venha aqui, pega nele, veja como é gostoso, não tenha medo, disse o rapaz.

Ela curiosa, com um pouco de medo, esticou a mão e tocou sentindo um estremecimento que a fez retroceder.

- Que isso, vai, não tenha medo, pegue.

Novamente esticou a mão, sentiu novamente o estremecimento, mas deixou a mão, percebeu certa quentura, seus dedos pequenos mal conseguiam envolver toda aquela coisa que aos poucos foi crescendo até ficar enorme.

- Põem a boca, pediu o rapaz.

Com medo saiu correndo sem olhar para traz.

Chegou a casa ofegante. Correu a procura da mãe. Encontrou-a no quintal lavando a roupa.

- Oi, o que foi? Parece assustada. Aconteceu alguma coisa?

Então, ela contou para a mãe. A mãe arregalou os olhos e gritando que a filha estava possuída pelo demônio, pegou a cinta, e aplicou várias chibatadas na pequena que nem sabia e nem entendia do porque apanhava. Não se contentando, trancou-a no quarto dizendo que a filha era uma perdida. E com olhar seco, sem chorar, na imensidão do quarto ficou até que a noite o pai chegou. Sem dizer uma palavra, abriu a porta, puxou a filha para fora, pegou o chinelo e lhe aplicou várias chineladas. A pobre da menina chorava sem soluçar, chorava não porque lhe doíam as chineladas, mas chorava porque não estava entendendo ser castigada desse jeito.
No dia seguinte, sem conversarem, os pais a levaram para a escola das freiras. Com passos miúdos, espantou-se com as paredes enormes e sombrias, tanto da escola, corredores e quarto. Nem bem pisou nos ladrilhos pretos da entrada, foi segurada pelas mãos fortes da madre superiora até o seu quarto.

Raras vezes recebia a visita dos pais, isso quando não conseguiam se safar da obrigação. Calados eles chegavam e mudos saiam, sem ao menos lhe dar um abraço. Dez anos depois, deixava a escola ainda sem entender o do porque a colocaram no colégio das freiras.
Tudo isso passou em sua mente ao cruzar com o rapaz com a braguilha aberta. Olhou para traz. Lá estava ele olhando para ela. Ela voltou, chegou perto do rapaz deu-lhe um beijo na boca e introduziu a mão na braguilha ainda aberta.

Dois meses depois estavam casados e viveram felizes para sempre.

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