quarta-feira, 24 de novembro de 2010

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ESTIGMA

Ouço ao longe o chamado de mim mesmo
Sob o bruxulear da brilhante Canopus.
Devo brilhar como ela, ou tentar alcançar
A deslumbrante Sirius?
Distâncias astronômicas, revoluções de eixos,
Estou cambaleando entre uma galáxia e outra!
Nunca decifrei o teu enigma, e esse estigma
Me persegue desde o Big Bang!
Há certa ordem nesse Caos criativo,
Destrutivo, metálico, etéreo. Sólido!
Lanço-te, desse espaço onde me encontro,
Aquela garrafa de vodka que compartilhamos
Antes de ardermos nos lençóis da insanidade.
Antes, ou depois? Não lembro...
Contém, ela, a minha lúcida demência:
Cuidado ao abrir!
Ouvirás o meu desesperado apelo, ou anelo.
Meu estigma.
Não sei.

Jean-Pierre Barakat, 08.09.2008

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