Falando isso encostou o carro em uma vaga que existia por ali, parou o motor e voltou-se para falar de frente comigo.
– Vanessa! Ela é apenas uma amiga da faculdade, que por acaso encontrei na praia quando fui dar um mergulho. Tomamos um caldo de cana juntos e nada mais.
– Renan! Não é por isso! Apenas gostaria de ficar sozinha hoje. Estou estranha nem sei o porquê.
– É isso mesmo? Olha que fico preocupado quando você não está bem. Está sentindo alguma coisa? Alguma dor?
Ri da preocupação dele, mas fui firme.
– Não sinto nada! Apenas quero descansar um pouco. Você pode me deixar na praia? Vou andar por lá, talvez passe esse mal estar.
– Minha querida! Podemos andar juntos. Aliás, nunca vi você de maiô.
– Não tenho um maiô.
– Um biquíni então! – falou ele rindo.
– Não tenho biquíni.
Ele olhou para meu short, bonito, era de Cris. Era verdade! Não vi nenhum maiô ou biquíni nas roupas de Cris. Decerto porque ela só trabalhava à noite, nunca se interessou por comprar esse tipo de roupa. Estranho, porque muitas vezes Miguel a viu na praia. Certas coisas ainda não entendi em minha irmã maluquinha. Mas, o certo é que eu não tinha e nem ela tinha maiôs ou coisa parecida.
– Então vamos comprar um agora mesmo! – Renan falou e arrancou o carro.
– Não precisa! Estou acostumada a ir de short à praia.
– Sem mais nem menos! Vamos comprar um agora!
E como sempre acontecia, Renan ganhava nas pequenas lutas que tentava travar com ele sobre qualquer coisa que se referisse a minha pessoa.
Compramos um biquíni bonito, caiu bem em mim e fomos até a praia. O sol estava muito quente, então ficamos em um barzinho onde estava um bando de jovens fazendo a maior bagunça, cantando, dançando, falando e rindo alto. Ali estavam misturados jovens de nossa cidade com turistas, e pessoas que vinham das cidades vizinhas para se divertirem em nossas praias, consideradas as melhores da região. Acabamos nos misturando à festa deles e passamos uma tarde bem divertida. Eu sempre assistia esses grupos de jovens fazendo festa, mas não chegava para participar, uma porque era menor, outra porque achava que nunca me aceitariam. Mas na verdade era prevenção minha. Ali ninguém olhava a cor, raça ou religião de quem quer que fosse. Todos eram jovens se divertindo e curtindo a vida.
O sol se pôs e continuamos por ali, descemos até a areia, entramos no mar fazendo como crianças, borrifando água um no outro e rindo a valer.
Olhei para a praia e vi Miguel e Sara dirigindo-se para o lado de seus barracos, que ficava bem longe no outro lado de onde estávamos. Sem dizer nada a Renan saí correndo da água e fui ao encontro dos dois. Abracei Sara e molhei seu vestido colorido. Ela riu e perguntou:
– Olá! Que euforia é essa?
– Andy falou com vocês hoje?
– Não vimos Andy nem Reika hoje!
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