Viver é sério. Enlouquecer perante a vida é normal. O anormal é não fazer nada a respeito. Anormal é permitir que a insanidade seja maior que você, que eu, que nós.
Viver é sério, pode confiar. E não foi no primeiro passo dado que percebi, muito menos na palavra dita, ou aquela escrita que já nem me recordo mais.
Não descobri a seriedade naquele primeiro choro dado por amor. Ou quando percebi minha existência perante aos outros.
Não foi em qualquer plataforma de rodoviária que descobri, nem fazendo e desfazendo malas, abreviando despedidas.
Viver é sério, meu bem. Se é. E não é a cada ano em data marcada que percebo isso.
Descubro essa seriedade todos os dias, diante do espelho, diante da dor, diante da insanidade que a vida, as vezes, causa na alma.
Descubro meio sem querer andando por aí. Descubro quando o interessante torna-se desinteressante, e quando a bebida não mais esquenta o corpo, quando o cigarro perde o glamour e apenas causa doença. Quando os sonhos adiados batem a minha porta pedindo para serem realizados.
E eu descubro, quando tento ser feliz e encontro dificuldade, mas então surgem sorrisos vindos de não sei onde para apaziguar o meu espírito.
Viver é sério. E o desencanto pelo que antes era colorido confirma isso.
Viver é sério, eu digo sempre agora. E não são datas marcadas uma vez ao ano que me faz pensar nisso. Não são datas comemoradas uma vez ao ano que me lembram disso. Não são culpas nas costas, não são lágrimas nos olhos, não é ausência de paixão, não é a ausência.
Viver é sério, mas viver seriedades não me apetece. O Viver me agrada. A vontade me impulsiona. A vida me agita, me causa calafrios... mas ainda sim agrada.
8/05/1989 = nasci.
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