domingo, 1 de maio de 2011

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A Dama do Metrô 40.





Malu sobressaltou-se com o toque do telefone. Ainda não se acostumara com ele. Só ela com seus pensamentos na pequena cabine de vidro. Atendeu:

- Alô!

- Alô!

- Pois não, querido.

- Desculpe, pensei que quem atendia fosse homem.

- Não meu bem, aqui é para os hetero.

- A sei.

- Você quer homem? Gay?

- Sim.

- Um minuto vou ver se consigo transferir.

Malu se afastou um pouco o fone do ouvido, e voltou a atender alterando o tom da voz.

- Pois não...

- Oi, tudo bem?

- Tudo bem.

- Puxa! Gamei na tua voz. Bem sensual.

- E aí vamos brincar? O que você deseja?

- Bom, não sei, que tal me dizer o teu nome.

- Nome?

- Sim, por que? Não pode?

- Pode sim. Qual nome você gosta?

- Um bem forte, sexual, másculo.

- Que tal Jaimão.

- Jaimão?

- É.

- Ta aí, gostei Jaimão.

- E você, tem nome?

- Tenho.

- E qual é?

- Jaiminho.

- Jaiminho?

- Sim, não gostou?

- Gostei, bem feminino, bem doce...

- Você faz tudo, Jaimão?

- Faço o que você quiser, Jaiminho.

Malu se esforçava para não rir.

- Jaimão, você parece que está gripado?

- Um pouco Jaiminho.

- Que pena!

- Por que pena?

- Estava afim de um boquete.

- Podemos fazer, você quer?

- Quero.

- Então espere vou abrir a braguilha...

- Quero que você faça em mim.

- Ok, vamos lá então. Fale-me como está vestido.

- Jaimão, não vai dar.

- Porque?

- Você está gripado.

- Mas não vamos nos tocarmos, será tudo pelo telefone.

- Não, sinto muito, não quero pegar AIDS.

Desligou. Malu ficou por um tempo com ar de abobada. Colocou o fone no gancho e caiu na gargalhada. As outras meninas olhavam para ela sem entender o que tinha acontecido.

Estava no tele-sexo há um mês por questão de dinheiro, não tinha intenção de continuar muito tempo nisso, não.

Topara esse serviço por que...


pastorelli

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