Morávamos nessa casa, meu pai, minha mãe, meu irmão e eu, além dos empregados necessários para o andamento perfeito dos serviços da casa.
Meu pai era um homem muito bonito. Alto, 1,90m de altura, louro, olhos tão azuis que pareciam um pedaço de céu, magro sem exagero, andava sempre muito bem vestido, mesmo quando estava montado em seu belo cavalo negro para rodear o gado. Era um homem bondoso, com um coração sempre cheio de carinho por quem quer que fosse. Seus peões eram tratados como filhos, e a sua família como jóias raras. Minucioso em seu trabalho, caprichoso com sua casa e sua vida. Seus preciosos ensinamentos estão até hoje em minha memória, sendo símbolos para meu caminhar.
Minha mãe, muito bonita, morena clara, olhos negros, sempre vestida em seda e salto alto. Sua imagem ficou para sempre como símbolo de limpeza e capricho. Era enérgica com os empregados e com os filhos, queria tudo muito em ordem e sua autoridade não era contestada por ninguém, porque meu pai assim o exigia. Era imensamente amada por meu pai, e sua palavra sempre foi lei para àquele homem que não sabia dizer um não a qualquer de suas vontades. Desde que me lembro a única coisa que meu pai não permitia a ela, era maltrato a empregados e aos filhos, podia exercer sua autoridade desde que fosse com respeito ao ser humano. E assim, os dois viviam uma vida muito feliz, e isso nos fazia ter uma vida feliz também.
Morava conosco minha avó materna, muito bondosa, muito velhinha, mas principalmente muito avó. Sempre tinha histórias para contar, sempre estava disposta a brincar conosco. Como eu a amava!
Aliás, amava muito minha família toda.
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