Tens nas mãos o segredo
não o revele ainda
não estão prontos os olhos para vê-los
aguarde
e saberás o tempo da entrega
quando estiveres hirto
sobre o morro: a cidade aos pés
singela
e o canto alcançar teus ouvidos. Então soltarás
o todo na velocidade da brisa. As árvores
se curvarão em galhos: amas a todos igualmente
fosse tua imagem no regato
de sujas águas de tantas mortes.
Não te importes
o destino tem mecanismos: rearrumado ao toque
com que te selecionou primeiro. Longa a viagem.
Fecha os olhos e descansas que ao acordares
estarás chegando. Nova a terra que te mostram.
Tu verás os velhos caminhando. Sim
nova para ti que chegas
novo tu que surges
que surgir acontece uma vez: primeira.
A hora em que te revelarás aos velhos
sorri e sorriem. Depois
não serão mais irmãos.
(Pedro Du Bois, inédito)
quarta-feira, 13 de março de 2013
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REVELAÇÃO
autor(a): Pedro Du Bois
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