sábado, 11 de maio de 2019

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MÃE: vida real


MÃE: vida real
por Tânia Du Bois


“Se / Sêmen / Semente // vida”  (Silmar Bohrer)


Homenageio o símbolo da continuação da criação humana e dou relevo à beleza da vida: ser mãe.
Partindo da premissa de que filho não vem com “manual de instruções”, as mães enfrentam situações e situações, principalmente porque, hoje em dia, elas precisam ser modernas e maternas, devendo compartilhar os dissabores, as alegrias, as dúvidas e os receios. Enfrentam o dia a dia com tudo de bom e de ruim que a palavra possa implicar
          Quem é mãe sabe ser uma mulher múltipla... Tem de conciliar o filho e a carreira, o que, apesar da correria, do sofrimento e das preocupações, avalio como positivo.  
Apenas a mãe consegue ter um momento mágico, mas que naturalmente a priva de outras atividades, como: dormir despreocupada e simplesmente acordar no outro dia; ir ao cinema, ler, mas isso e muitas outras coisas mudam. Aos poucos, a vida retoma o seu prumo, seu espaço vai se adequando e descobre inúmeras maravilhas que apontam para o caminho da realização, com coragem e felicidade.
          Digo sempre que um filho significa alegria e amor; passa energia para se viver, que só uma mãe pode entender. Ele tem em nós, mulheres, mais do que uma mãe, têm a amiga que carrega os sentimentos do tempo.
          A mãe representa o tempo, porque o tempo é vida, como nos mostra a gaúcha Ayda Bochi Brum, em seu poema Vida x Vida: “Ser mãe é sair do ventre novamente. /... E aprender nova linguagem / e sentir com mais intensidade: / que imortal é o amor / e a dor mais dor - / que o filho é energia segurando a vida / e transcendendo a transcendência / do que chamam morte. /... e não cansar de repetir / em cada filho / essa esperança nova / que faz a mulher viver / mais que uma vida /... E ser avó / é ser tudo isso novamente / sendo feto e alma / e coração e gente”.
Escolhi Ayda para ser lembrada na passagem do dia das mães, por ser ela mãe e poetisa, nascida em São Francisco de Assis, no Rio Grande do Sul, em 1941. Voltada para a arte da palavra e através do seu desempenho, conquistou, entre outros, o prêmio de mulher destaque do ano, o de mulher expressão do Rio Grande do Sul e o troféu Ana Terra. Resultados esses que refletem e representam a vitória das mães na vida real.

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