As vozes dissonantes no espaço,
Lançadas à força do pensamento,
Vagam sem destino até que o traço
As põe em mais modesto firmamento.
E o texto segue com mil vozes dentro,
Prisão e liberdade, o papel casto,
Inerte sobre a mesa em um momento,
Em poucas linhas faz-se o mais devasso.
O aço da palavra é sempre o mais fugaz
Em que se malha dia e noite, frio e quente,
Em busca da forma que faz e se desfaz.
E finalmente quando a têmpera é atingida
Lança-se a seta que cura a tua ferida
Enquanto outras seguem a te tirar a paz.
4 comentários
Lindo soneto, minha irmã.
A vida é bem assim: sempre
há algo por buscar. Que não
nos percamos nesta busca.
Márcio,
Belo e Inspirado:
E finalmente quando a têmpera é atingida / Lança-se a seta que cura a tua ferida / Enquanto outras seguem a te tirar a paz.
Catarse Poética!
Grande Abraço, Jorge
Palavra falando sobre a palavra, belo soneto metalinguístico. Meu abraço de admiração.
Cara Lola e caros Jorge e Marcelo,
Fico gratíssimo pelos gentis comentários. Abraço, Márcio.
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